Mastigar AAS no momento do ataque cardíaco pode prevenir danos mais graves ao coração.

Alguns sintomas indicam a ocorrência do infarto: dor aguda no peito, dificuldades para respirar, palidez, suor frio, náuseas, vômitos, tontura… Em um momento de emergência como esse, tomar imediatamente dois comprimidos de ácido acetilsalicílico pode até salvar a vida ou, pelo menos, limitar bastante o dano ao coração.
O infarto acontece a partir de uma obstrução das artérias por depósitos de gordura e de plaquetas (componentes do sangue que formam os trombos, conhecidos popularmente como coágulos). Ambos dificultam a passagem de sangue e, quando a obstrução é completa, a parte do músculo cardíaco que era irrigada pelo vaso fica privada de oxigênio, o que leva à morte das células no local.
E como o AAS, tão usado para tratar dor e febre resultantes de gripes e resfriados, pode ajudar num episódio como esse? A resposta é que o ácido acetilsalicílico também funciona como um antiagregante plaquetário, o que quer dizer que ele impede ou dificulta a união de plaquetas que formam o trombo. Com isso, o acúmulo de plaquetas se “desmancha”, abrindo caminho para o sangue voltar a fluir. O paciente consegue então um tempo maior para chegar a um hospital e receber o atendimento médico necessário.


O tempo, aliás, é um fator crucial no tratamento do infarto. Quanto mais se demora para obter socorro médico, mais células do músculo cardíaco são prejudicadas e maior o risco de haver sequelas. Cada minuto é fundamental: estima-se que até 65% das mortes por infarto se dão na primeira hora de manifestação do quadro.
Por isso, a ingestão de dois comprimidos de AAS aos primeiros sinais de infarto é tão importante. Para potencializar seu efeito, é recomendável atentar para a forma mais eficiente de ingeri-los. Deve-se mastigar os comprimidos antes de tomar água, para que a medicação chegue mais depressa à corrente sanguínea e seu efeito seja mais rápido.
Um outro alerta também é importante: o AAS deve ser evitado pelos alérgicos ou hipersensíveis ao medicamento. Existem alguns protocolos para a dessensibilização desses pacientes em ambiente hospitalar, mas somente um especialista pode fazer a orientação específica e correta nessas ocorrências. Em casos de emergência, portanto, os alérgicos devem somente chamar o serviço de pronto-socorro.